E assim começou o dia, até pensei que acordar as 7hrs da matina seria trabalhoso pra ele, já que nunca o fizera antes como certa obrigação, mas acreditem, ele acordou e ainda falou “mamãe passear”, vestiu aquele uniforme de camisa branca com short laranja, aquele sapatinhos azuis e meias limpas brancas, sinceramente!? Um colírio para meus olhos babões de mãe, meu homenzinho lindo.
Pegamos uma carona com o vovô até o colégio e ficamos os três lá eu a mãe babona e nova, a vovó o dobro de babona e orgulhosa e ele o leãozinho que agora crescia de verdade.
Entramos naquela sala que cheirava a suco de laranja com maracujá e uma mistura de variados biscoitos, o ar infantil que invadia trazia uma certa calma e serenidade ao lugar e também aos pais apreensivos que lá estavam, pouco a pouco a professora vinha chegando e tentava um dialogo com as crianças que de inicio na maioria eram sempre falidos, eram uns tais de “mamãe” em sons histéricos que vinham de todas as partes, alguma mães precisavam deixar os filhos, pois tinham trabalho, outras preferiam que eles se acostumassem logo com o fato de que tinha que ficar só lá. E tinha o meu grupo, das mães que já ficava com saudades só de pensar que ia ter que deixa-los lá por algumas horas.
Eu ficava lá sentada olhando pra ele todo independente, ele não quis logo saber de amiguinhos nem coisa nenhuma, ele achava mais divertido brincar sozinho, ou até se arriscava a ficar olhando desconfiado para as outras crianças e de longe largava aquele sorriso lindo como se falasse “Ta vendo mamãe, eu sou grande e sei me virar”, mas bastava eu levantar e dar uns passos pra ele vir correndo como se não quisesse nada e me fazia ficar lá olhando e admirando aquele ser humano tamanho mirim que eu tinha colocado no mundo.
As horas foram passando, as crianças se soltando e a professora que seria a Tia Shirley, na linguagem do Paulinho se tornou Tia Shika, ela mesma não agüentava e o enchia de beijos. Na hora do lanchinho tive o prazer de ouvir aquela mesma musiquinha que eu cantei a infância toda, mais o menos assim “Meu lanchinho, meu lanchinho, vou comer...”, é o Paulinho não cantou, mas eu!? Pode ter certeza que sim.
Na hora da saída foi até legal, ele queria ficar mais e começava a ser menos observador e mais perguntador, não parava de falar um monte de “que é isso?”, ai até o expliquei que amanhã ele viria de novo e saberia o que era tudo aquilo, ele aceitou a idéia e viemos pra casa nós três eu, ele e a vovó.
Talvez eu nunca tivesse pensado que o primeiro dia de aula de um filho meu seria no dia 14 de janeiro de 2008, enquanto eu tivesse apenas 19 anos, mas isso pra mim já se tornou algo gostoso de viver, faz parte, a escola ainda era tão próxima da minha vida, mal entrei na faculdade e já to nesse ambiente escolar infantil de novo, mas com outros olhos, com olhos de mãe, mulher e sonhadora. Passei um tempo pra descobrir que essa historia de que mãe é tudo igual só muda nome e endereço é pura balela. Mãe é única mãe é uma das sete maravilhas de Deus e o ser mãe é muito mais complexo do que qualquer palavra poderia dizer, afinal de contas já diria por ai, mãe é mãe e ponto final.

Um comentário:
Eu nunca - juro que nunca mesmo - senti vontade de que um ser saísse de dentro de mim. Só que depois que eu conheci você e as histórias sobre Paulinho, comecei a pensar no assunto. Hahaha
Beijo pra você e pro namorado de Clarice. ;*
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