Finalmente, o despertador havia tocado, eu nem conseguia acreditar que, depois de nove meses repletos de angústias, descobertas, transformações, lágrimas e sorrisos, o grande dia tinha chegado, principalmente porque me lembro bem das vezes em que perdi as contas me perguntando quando toda aquela turbulência iria passar, trazendo uma nova fase em minha vida.
Eram 05h30min da manhã de um domingo nublado, o que pra mim tornava tudo ainda mais perfeito. Naquele dia, eu, meu pai e minha mãe resolvemos dormir no mesmo quarto, até porque minha ansiedade jamais me deixaria dormir sozinha. Acordamos os três na mesma hora e com sorrisos parecidos, mas cada um com uma sensação diferente.
Levantei e fui até o banheiro, fiquei lá, olhando-me no espelho, admirando todo aquele barrigão que eu carreguei, amei, cuidei que enfim, eu aceitei, e uma sucessão de sorrisos me veio compulsivamente naquele momento. Entrei no chuveiro e notei que meu “leãozinho” também já havia acordado e estava dividindo toda aquela euforia comigo, dava voltas e chutes como se respondesse e entrasse em sintonia. Realmente, o nosso mundo havia começado, perguntava-me como seria o rostinho daquele ser humano que me modificou tão precocemente em todos os aspectos.
E assim nos arrumamos e fomos, como sempre, eu, meu pai e minha mãe, o trio que iria virar quarteto. Lembro que pedi a minha mãe para que eu fosse no banco da frente, queria ver o mundo mais de perto, queria cada sensação única daquele dia único. Abri as janelas do carro e coloquei música francesa no rádio, eu praticamente estava em transe, por momentos esquecia que ia passar por uma cesariana, tudo tinha um gosto completamente diferente, eu e meu leãozinho sabíamos que finalmente íamos nos olhar e entender porque cada um foi convocado para a vida do outro.
Chegamos à maternidade, eu carregando aquela bolsa branca de bebê que desde os sete meses eu arrumava e desarrumava todos os dias, só para me sentir mais próxima, só para me sentir mais mãe. Fui até a recepção com aquela minha feição de menina-mulher e percebi que meu sorriso devia esta contaminando todo o mundo que estava ali, pois vários sorrisos surgiam ao mesmo tempo em resposta ao meu.
Mandaram-me para uma sala pequena e branca junto com a minha mãe, que acariciava meus cabelos, segurava minha mão, olhava-me com aquele olhar materno que era como um abraço na minha alma. Eu bem sabia que todos aqueles meses não eram apenas meus, eram dela também, compartilhamos tudo, do primeiro chute a ultima ultra-som, ela era meu colo, meu marido, minha mãe e a avó.
De lá me mandaram para outra sala, aquela que eu apenas havia visto em filme, agora era só eu e eles, os médicos, enfermeiras e bisturi. Foi quando me deram a famosa anestesia peridural, e lá estava eu acordada, ansiosa, não conseguia nem piscar os olhos, eu não me perdoaria se perdesse cada detalhe daquele dia e daquela hora.
E começou, não que eu estivesse sentindo alguma dor, mas dava para escutar as conversas paralelas. Sempre que podia Dr. Marcelo me olhava como se dissesse “Ta vendo, eu disse que ia ficar tudo bem”, e, se eu já gostava dele, aquele momento me fez nomeá-lo como o melhor médico do mundo, pelo menos do meu mundo.
Fez-se um silêncio e senti uma pressão, outro silêncio e, de repente, aquele choro que eu tanto esperei, e, então, foi a minha vez de derramar lágrimas. Colocaram-no do meu lado, com aquele narizinho redondinho (herança minha), respiração com respiração, era ele, meu amor, meu menino, meu leãozinho. Foi quando eu sussurrei no seu ouvido “Seja bem vindo pequeno príncipe, o mundo começa agora”.
Sentindo todas aquelas sensações, comecei a me dar conta de que as mudanças são constantes, que a cada minuto respiramos novos sonhos e que a cada hora os concretizamos, é tudo uma questão de saber, ou melhor, falando de saber viver.
Eram 05h30min da manhã de um domingo nublado, o que pra mim tornava tudo ainda mais perfeito. Naquele dia, eu, meu pai e minha mãe resolvemos dormir no mesmo quarto, até porque minha ansiedade jamais me deixaria dormir sozinha. Acordamos os três na mesma hora e com sorrisos parecidos, mas cada um com uma sensação diferente.
Levantei e fui até o banheiro, fiquei lá, olhando-me no espelho, admirando todo aquele barrigão que eu carreguei, amei, cuidei que enfim, eu aceitei, e uma sucessão de sorrisos me veio compulsivamente naquele momento. Entrei no chuveiro e notei que meu “leãozinho” também já havia acordado e estava dividindo toda aquela euforia comigo, dava voltas e chutes como se respondesse e entrasse em sintonia. Realmente, o nosso mundo havia começado, perguntava-me como seria o rostinho daquele ser humano que me modificou tão precocemente em todos os aspectos.
E assim nos arrumamos e fomos, como sempre, eu, meu pai e minha mãe, o trio que iria virar quarteto. Lembro que pedi a minha mãe para que eu fosse no banco da frente, queria ver o mundo mais de perto, queria cada sensação única daquele dia único. Abri as janelas do carro e coloquei música francesa no rádio, eu praticamente estava em transe, por momentos esquecia que ia passar por uma cesariana, tudo tinha um gosto completamente diferente, eu e meu leãozinho sabíamos que finalmente íamos nos olhar e entender porque cada um foi convocado para a vida do outro.
Chegamos à maternidade, eu carregando aquela bolsa branca de bebê que desde os sete meses eu arrumava e desarrumava todos os dias, só para me sentir mais próxima, só para me sentir mais mãe. Fui até a recepção com aquela minha feição de menina-mulher e percebi que meu sorriso devia esta contaminando todo o mundo que estava ali, pois vários sorrisos surgiam ao mesmo tempo em resposta ao meu.
Mandaram-me para uma sala pequena e branca junto com a minha mãe, que acariciava meus cabelos, segurava minha mão, olhava-me com aquele olhar materno que era como um abraço na minha alma. Eu bem sabia que todos aqueles meses não eram apenas meus, eram dela também, compartilhamos tudo, do primeiro chute a ultima ultra-som, ela era meu colo, meu marido, minha mãe e a avó.
De lá me mandaram para outra sala, aquela que eu apenas havia visto em filme, agora era só eu e eles, os médicos, enfermeiras e bisturi. Foi quando me deram a famosa anestesia peridural, e lá estava eu acordada, ansiosa, não conseguia nem piscar os olhos, eu não me perdoaria se perdesse cada detalhe daquele dia e daquela hora.
E começou, não que eu estivesse sentindo alguma dor, mas dava para escutar as conversas paralelas. Sempre que podia Dr. Marcelo me olhava como se dissesse “Ta vendo, eu disse que ia ficar tudo bem”, e, se eu já gostava dele, aquele momento me fez nomeá-lo como o melhor médico do mundo, pelo menos do meu mundo.
Fez-se um silêncio e senti uma pressão, outro silêncio e, de repente, aquele choro que eu tanto esperei, e, então, foi a minha vez de derramar lágrimas. Colocaram-no do meu lado, com aquele narizinho redondinho (herança minha), respiração com respiração, era ele, meu amor, meu menino, meu leãozinho. Foi quando eu sussurrei no seu ouvido “Seja bem vindo pequeno príncipe, o mundo começa agora”.
Sentindo todas aquelas sensações, comecei a me dar conta de que as mudanças são constantes, que a cada minuto respiramos novos sonhos e que a cada hora os concretizamos, é tudo uma questão de saber, ou melhor, falando de saber viver.